FUTEBOL E SEUS MUNDOS PARALELOS (PARTE 2)

Continuamos a nossa reflexão do futebol e seus mundos paralelos e sobre a relação de “amor e ódio” do torcedor com a seleção.

CRÍTICAS

Voltando as eliminatórias da Copa 94, depois da derrota pra Bolívia, na qual a seleção sofreu muitas críticas, que foram amenizadas após o “troco” na mesma Bolívia rodadas depois, na goleada de 6×0 no Estádio do Arruda, em Recife/PE. Frise-se, as críticas amenizaram, mas não deixaram de ser fortes. Nem mesmo com o retorno de Romário e a vitória de 2×0 sobre o Uruguai no Maracanã, que confirmaram a vaga pro mundial.

Veio o Tetra, não jogamos eliminatórias do futebol(à época o campeão do mundo estava classificado automaticamente pro Mundial seguinte), mas a “marcação cerrada” do torcedor continuava.

ZAGALLO

Zagallo assumiu e a artilharia passou a focar no Velho Lobo, que chegou a desabafar fortemente em 1997 após a conquista da Copa América: o famoso “Vocês vão ter que me engolir!”.

Veio o mundial de 98 e a convocação. Lembro que o time era muito bom: Taffarel, Cafu, Aldair, Junior Baiano e Roberto Carlos; César Sampaio, Dunga, Leonardo e Rivaldo; Romário e Ronaldo. Um timaço! A esperança no penta era generalizada, até o famigerado “corte” de Romário por uma lesão muscular que, “em tese” não se recuperaria a tempo de disputar a competição.

Lembro do choro do baixinho em entrevista coletiva. Sempre foi um atleta que demonstrou seu amor incondicional pela amarelinha. Zagallo também ou até mais demonstrava esse amor, e imagino a difícil decisão que teve.

CORTE DE ROMÁRIO

O caldo azedou pro lado do Velho Lobo, Zico e comissão técnica. Houve comoção nacional por esse corte. Natural, pois tratava-se do Romário, o gênio da pequena área. Além disso, a dupla “Rô-Rô” era muito afinada, vide o show na final da Copa das Confederações de 97, com três gols de cada. Por outro lado estávamos bem servidíssimos de atacantes. Entrou somente Bebeto, outro craque, o que de certa forma amenizava o medo da torcida.

FINAL E CONVULSÃO

Veio a campanha e finalmente chegamos a final (após uma semifinal emocionante com a Holanda). Viria a França. NO ENTANTO, pra aumentar o drama, no dia da final, Ronaldo teve uma convulsão. Imaginem o quanto foi aflitivo pro elenco passar por essa tensão antes do jogo.

Na incerteza de contar com seu camisa 9, a escalação foi divulgada com Edmundo no lugar do Fenômeno. O animal estava numa fase incrível. Bebeto e ele seriam atacantes que TODOS os times e seleções os queriam e seriam titulares na grande maioria deles, PORÉM, ALÉM deles, tínhamos Romário e Ronaldo. Era uma geração de atacantes sensacional!

Enfim, a apreensão que já estava no elenco por tudo que presenciou na concentração, tomou conta do povo. Quando as equipes entram em campo, aparece Ronaldo. E não era Edmundo?! Coisa de louco….

PÓS-JOGO

No pós-jogo (que ao meu ver o Brasil não jogou, pelo contexto acima referido), a entrevista de Zagallo foi massacrante. Só se questionava porque ele deixou Ronaldo jogar. Não era fácil tomar uma decisão nesse contexto caótico. Após o hospital Ronaldo entra no vestiário garantindo que tinha condições, e 99% das pessoas o escalariam. Era o melhor jogador do time. Zagallo corretamente, então, o escalou.

Enfim, esse longo arrazoado sobre apenas um curto período na nossa história do futebol apenas demonstra o quanto o brasileiro critica diuturnamente a seleção.

TELÊ SANTANA, FELIPÃO, DUNGA E MANO

Não se falou por exemplo, da era Telê; da primeira passagem de Felipão antes do penta, em que o Brasil estava em situação delicada nas eliminatórias; das lesões do Ronaldo; da primeira passagem do Dunga na seleção (que teve bons resultados); da preparação pra Copa de 2006; da era Mano Meneses; da volta de Felipão e…do 7×1.

CONCLUSÃO

Precisamos ter em mente que críticas existem e não deixarão de existir.

Na seleção, quem vier a dirigi-la vai ter que aprender a conviver com elas, e os jogadores idem. Diniz tem sua expertise e já mostrou seu valor.

Numa copa com 48 seleções e com 6 vagas pra 10 equipes na CONMENBOL, só uma tragédia, somando uma bomba atômica, um tsunami e um furacão tiram o Brasil da classificação.

Dito isso, penso que o ideal para o futebol, neste momento, é deixar o Diniz exercer seu ofício com tranquilidade.

Só acharia mais razoável deixá-lo numa comissão técnica permanente da CBF durante todo o ciclo, ou torná-lo auxiliar quando o futuro treinador assumir, pra facilitar a transição e dar uma coerência ao trabalho desenvolvido.

 

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