CBF E O SEU COMANDO CONTINUAÇÃO. Continuando nossa conversa sobre a luta pelo poder da CBF, estamos ainda na gestão de Ricardo Teixeira (1989-2012). Seu mandato foi marcado pelo crescimento patrimonial e financeiro da entidade, além de polêmicas.
CONTRATOS POLÊMICOS
Por outro lado, na mesma gestão Teixeira, celebraram-se contratos polêmicos milionários que minaram até mesmo a autonomia do órgão. O contrato com a Nike em 1996, por exemplo, praticamente deu poder à empresa americana sobre a CBF. Amistosos passaram a ser realizados na maioria das vezes fora do país, com escolha do adversário pela própria Nike.
DENÚNCIAS
Por outro lado, como já falado, a gestão Teixeira também ficou marcada por denúncias de corrupção.
Teixeira foi substituído por José Maria Marin, ex-Governador do Estado de São Paulo, além de ex-Deputado e Vereador da capital paulista.
Fora sua experiência político-partidária, Marin já foi presidente da Federação Paulista de Futebol entre 1982 e 1988. Além disso, chefiou a delegação brasileira na Copa do Mundo de 1986, que seria na Colômbia, mas acabou transferida pro México.
Na época da presidência de Ricardo Teixeira, Marin era um dos vices da CBF. Após a renúncia de Teixeira, Marin subiu ao comando da CBF. Além disso, chefiou o Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014, tudo a partir de 12 de março de 2012.
NOVAS POLÊMICAS
Pois bem. O mandato de Marin também não destoou das polêmicas envolvendo seu antecessor. Já no início, lembrou-se da medalha que ele afanou na final da Copa São Paulo de Juniores de 2012.
Na sua administração, Marin demitiu o então treinador da seleção, Mano Menezes, após o título do Superclássico das Américas, e anunciou o retorno de Luiz Felipe Scolari.
Felipão acabou conquistando, em 2013, o título da Copa das Confederações. Todos lembram da célebre final contra a Espanha no Maracanã. Aquele campeonato, com aquela vitória resgataram, por um breve momento, o prestígio da seleção.
Mais denúncias de corrupção foram surgindo. O desprestígio era cada vez maior de Marin junto a opinião pública. A antipatia chegou até a Presidenta Dilma Roussef, às vésperas do Mundial de 2014 sediado por nós.
A nova sede da CBF, inaugurada em 4 de julho de 2014, na gestão de Marin, recebeu o nome do próprio. A sugestão foi do presidente da Federação Catarinense, Delfim Peixoto, justificando que o prédio foi feito na gestão do homenageado.
PRISÃO
Já em 2015, quando estourava o escândalo do FIFAGATE, Marin foi preso na Suíça, onde estava para o Congresso anual da FIFA. Além dele, outros seis executivos da FIFA foram detidos, em investigação liderada pelo FBI para apurar fraude, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
O esquema, que movimentou cerca de 150 milhões de dólares, já existiria há pelo menos 24 anos.
Ele cumpriu pena nos EUA por cinco anos e retornou ao Brasil em abril de 2020. Foi sucedido por Marco Polo Del Nero, que havia sido eleito no ano anterior.
DEL NERO
Del Nero, que também já estava sendo investigado por corrupção, assumiu a CBF em abril de 2015, sendo que antes já era membro do Comitê Executivo da FIFA desde 2012.
Assim como Marin, o dirigente foi indiciado também pela Justiça americana em 2015 por corrupção no futebol. No caso de Del Nero, a Fifa aplicou-lhe a pena de suspensão, seguida de banimento das atividades referentes ao futebol pelo Comitê de Ética da FIFA em dezembro de 2017. Além disso, foi aplicada multa de R$ 3,5 milhões por corrupção, por aceitar presentes de forma indevida e gestão desleal.
O prefalado banimento adquiriu caráter definitivo em 27 de abril de 2018. Desde de 2015, Del Nero tem receio de deixar o país para não ser preso, como acabou ocorrendo com seu antecessor, devido a suspeitas de corrupção.
Foi sucedido pelo Coronel Nunes a partir de 15 de dezembro de 2017.
Continua no próximo artigo…