A violência doméstica está presente em muitos lares brasileiros. Segundo a Lei Maria da Penha, seria qualquer violência contra a mulher, através da “ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.
Trata-se de uma realidade que remonta a tempos primórdios, onde a mulher não possuía “vez e nem voz”. O feminismo se limitava a ser escrava, a cuidar dos afazeres do lar; sem direito a trabalho, voto, e outros direitos à cidadania.
CASOS AUMENTAM
Os casos de agressão só aumentam, as Varas de Violência Domésticas (justiça) encontram-se assoberbadas. Frequentemente, as vítimas já estão reconciliadas com o agressor e vivendo no mesmo lar. Tal fato não é de espanto, visto que os motivos para a reconciliação são inúmeros. Pode ser medo, vergonha ou dependência financeira e emocional.
Os abusos são variados e difíceis de quantificar, mas hoje é possível identificar alguns sinais importantes para as vítimas. Exemplo é quando vemos um machismo exacerbado que, por vezes, sinaliza uma manipulação, privação (emocional/física) e humilhação. Os problemas familiares ou simplesmente uma discordância de opinião, podem ser um gatilho para o início das agressões.
PREVENÇÃO
Atualmente temos alguns suportes para a prevenção, inibição e coação de crimes. E, a Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar, que enfrenta e acompanha os casos de violência doméstica.
Além disso, existem as Varas da Justiça Estadual, Delegacias, entidades de acolhimento, Centros de Referência da Assistência Social (CRAS/CREAS), e os núcleos da Defensoria Pública e do Ministério Público.
A situação de vulnerabilidade das mulheres é histórica e bastante enraizada na nossa cultura. O o “poder superior” do macho, que detém a força e a supremacia tanto física, quanto emocional, faz com que se perpetue a naturalidade das agressões.
CONHECIMENTO
O conhecimento é uma das ferramentas que mais tem efeito, além das possíveis punições frente a justiça. Saber os direitos das mulheres, cuja violação é passível de punição, além de conhecer os locais de acolhimentos, serve de inibição para agressões futuras.
A violência contra mulher virou um fenômeno que não distingue classe social, raça ou etnia. Nos meios de comunicação se noticiam morte de mulheres por homens de seu convívio. Até mesmo artistas renomadas revelam que vinham sofrendo agressões há tempos. No entanto, estas só se tornaram conhecidas quando culmina de alta gravidade para sua saúde.
ESPORTE
No esporte não é diferente. Com os meios de comunicação, temos visto episódios de acusações de violência, sejam ocultas ou evidentes. São casos de agressões em ginásios e estádios, culminando no seio do lar.
Tratam-se de agressões de todo tipo: física, psicológica ou lasciva (vide o caso do beijo forçado na premiação da Copa do Mundo Feminina).
Diante de um quadro tão diverso de violência, seja virtual ou presencial, as instituições tem se desdobrado na tentativa de prevenção e coibição. Exemplo disso foi o lançamento da cartilha “Mulheres no Esporte”, pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro, com conteúdo informativo sobre as diversas formas de violência e a rede de apoio.
CONCLUSÃO
Quebrantar os laços com o criminoso é bastante difícil, cada situação é peculiar e única. O medo certamente é o pivô central. Suportar as agressões em nome da família também é uma constante. O fato é que as consequências a curto e longo prazo são irremediáveis, seja para a vítima ou outros integrantes do núcleo familiar. São marcas psicológicas que requerem tratamento, isso quando a vida não é ceifada.
A problemática poderá ser amenizada se houver acolhimento e um acompanhamento a essas mulheres vitimizadas. Assim, pode-se facilitar a autonomia e diminuir as ocorrências e o impacto dessa violência na saúde e na vida da mulher.