Algumas tecnologias novas vieram para repaginar os tempos atuais do futebol, bem como as experiências dos espectadores.
Tecnologias já adotadas em décadas passadas (a exemplo do “tira-teima”), evoluíram para o uso de chips nas bolas e câmeras nas linhas do gol. Na Copa de 2018 chegou o “VAR”, cuja utilização tem ajudado a analisar lances decisivos nas partidas.
Avanços
Dentro dos clubes, os avanços tecnológicos também têm “invadido” os vestiários e centros de treinamento. Atletas são constantemente monitorados para chegar a sua melhor performance, com o auxílio de diversos especialistas. Médicos, psicólogos, fisioterapeutas e até cozinheiros são capacitados para otimizar o desenvolvimento de atletas.
Aliados aos profissionais acima, acrescentem-se os analistas de desempenho, cada vez mais utilizados nos clubes. Estes elaboram estatísticas como peso, gordura corporal, drible, habilidade em bater faltas, arranque, velocidade e explosão. Tudo é feito com o fim de tornar os jogadores cada vez mais eficientes.
SAF’s
Percebe-se nos tempos atuais o surgimento das SAF’s e sua popularização cada vez maior. Trata-se de uma mercantilização futebolística aparentemente sem limites, de modo que muitos clubes associativos tem sido adquiridos para um grupo econômico.
No Brasil, essa modalidade tem sido a “tábua de salvação” de muitos clubes. Já na América do Sul, alguns países ainda têm resistência a esse sistema, como na Argentina, cujas SAD’s ainda não têm regulamentação.
O futebol deixou de ser apenas um esporte, mas também um negócio lucrativo. Donos dos clubes, dirigentes e jogadores tem conseguido elevar seus lucros. A possibilidade de gerar receita tem sido infinita, porém concentrados em favor de poucos.
Divisões Inferiores
Com um melhor direcionamento, essa onda de inovações poderia chegar as divisões inferiores. Numa aplicação proporcional de investimentos, e também organizando melhor as divisões de acesso, o “negócio” futebol ficaria acessível a todos. Tal mudança melhoraria a economia local e também daria melhores condições de vida também aos atletas dos campeonatos periféricos.
Exemplo no Brasil seria padronizar, para as divisões inferiores e ligas amadoras, o uso de estádios menores. Tratam-se de equipamentos com mais viabilidade de manutenção, porém com condições dignas de uso. Também seria interessante fazer torneios regionalizados nas divisões menores, diminuindo o deslocamento.
Ligas Sustentáveis
Há exemplos de ligas sustentáveis em se tratando dos tempos atuais do futebol: os formatos das ligas de futebol dos Estados Unidos. Mesmo se tratando de um país rico, os americanos pensam de uma forma sustentável ao implantar as suas competições profissionais.
Nos EUA, “MLS” é uma liga que atrai menor público do que o futebol americano (NFL) e basquete (NBA). Diante disso, a formatação da liga faz que seus times joguem em estádios com menor público. A grande maioria das arenas conta com capacidade entre 20 e 30 mil espectadores, que acabam quase que cheios.
A ideia de estádios menores facilita a administração dos times numa liga de de menor público. É uma medida inteligente comparada a usar estádios do futebol americano, que são “gigantes”, com no mínimo 70 mil lugares.
Grandes Arenas
“Ah, mas no Brasil o futebol é mais popular, precisa de estádios maiores…”.
Não se está entrando nessa questão, mas sim em sustentabilidade. Times de massa podem usar grandes arenas, pois tem público e engajamento para ocupá-las, porém, em centros menos desenvolvidos futebolisticamente (ou de menor apelo), não há necessidade de arenas grandes.
O futebol brasileiro precisa acompanhar as evoluções positivas que vem ocorrendo no mundo atual, pois até mesmo em âmbito global temos visto “evoluções” duvidosas. Dividir a organização de uma copa do mundo entre seis países em 2030, por exemplo, mais parece uma estratégia apoiada em interesses paralelos do que propriamente esportivos.
Conclusão
A presente leitura propõe refletir, de forma focada, porque os tempos atuais do futebol sofrem constantes mudanças. Com base nisso, o leitor ou leitora pode apreciar e participar dessa transformação, seja opinando, seja refletindo, formando a sua conclusão pessoal.
O futuro do futebol pode ser bastante promissor, mas requer seriedade e adequação as novas variáveis, por parte de todos nós.